sábado, 10 de julho de 2010

Nada, nunca

Não me pergunte se aconteceu alguma coisa. O problema é justamente esse: nunca acontece. Se acontecesse, meu Deus, que ótimo. Qualquer coisa. Qualquer rua. Qualquer pessoa. Qualquer lugar. Só quero que aconteça. Só quero parar de sentir que o tempo voa enquanto estou aqui sentada, sem armas para reagir à essa mesmice desses dias sozinha, percebendo que todos são solitários, verdade, mas não assim. Eu desabafo em sites, eu confio em pessoas que estão há quilômetros de mim, porque quem está perto não se importa. Quem está por aqui nem sabe o que se passa comigo. Então eu entro em contato com desconhecidos que eu sequer sei como é o rosto, e é neles que eu confio, embora alguns desapareçam, no mesmo minuto posso conhecer outros. Confiar em um desconhecido novo, entregar minha confiança para um sem-face novo e esquecer que os que estão aqui, do meu lado, me decepcionaram e abandonaram quando eu mais precisei.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Por causa desse seu hábito estranho de ficar amiga de pessoas estranhas, uma estranha conheceu você e virou companhia, ainda que as duas sejam ainda sempre solitárias, ainda que ainda distantes.

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Diz.